O empoderamento na reabilitação auditiva: tradução dos questionários de autoadvocacia
Empowerment in hearing rehabilitation: translation of self-advocacy checklists
Larissa de Almeida Carneiro; Daniele Batista Nery; Rebeca Liaschi Floro Silva; Amanda Salimon; Thais Corina Said de Angelo; Camila Oliveira Souza Tamura; Luciana Alves Duarte; Eduardo Jannone da Silva; Natália Barreto Frederigue Lopes; Adriane Lima Mortari Moret; Regina Tangerino de Souza Jacob
Resumo
Objetivo: Traduzir e adaptar culturalmente para o português brasileiro os questionários Self-Advocacy Checklist “I can”, Audiology Self-Advocacy Checklist - ELEMENTARY SCHOOL (ASAC-ES), Audiology Self-Advocacy Checklist - MIDDLE SCHOOL (ASAC-MS) e Audiology Self-Advocacy Checklist - HIGH SCHOOL (ASAC-HS), para avaliar os habilidades de autoadvocacia de usuários de dispositivos eletrônicos auditivos. Método: A tradução foi realizada por meio de uma adaptação das diretrizes de Beaton et al. (2000). A versão pré-teste foi aplicada em dois grupos. O Grupo 1 (G1) foi composto por 14 professores de adolescentes com deficiência auditiva. O Grupo 2 (G2) foi composto por 15 pacientes adolescentes com deficiência auditiva, usuários de dispositivos eletrônicos auditivos, que fazem uso da linguagem oral como forma primária de comunicação. Resultados: Os instrumentos foram traduzidos como Checklist de autoadvocacia “Eu consigo” e Checklists de Autoadvocacia em Audiologia - Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Para o G1, não houve relato de dificuldade em relação aos termos utilizados nos protocolos, porém, relataram dificuldades em relação ao preenchimento do progresso do estudante. Para o G2, as fonoaudiólogas que aplicaram os instrumentos em forma de entrevista não relataram dificuldade quanto ao uso do instrumento e sua aplicação. Após a aplicação da versão pré-teste, não houve necessidade de fazer alterações nos instrumentos, os quais foram apresentados como versão final. Conclusão: As Checklist de autoadvocacia foram traduzidas e adaptadas culturalmente para o português brasileiro e são instrumentos válidos para a mensuração das habilidades de autoadvocacia de estudantes com deficiência auditiva em contexto clínico.
Palavras-chave
Abstract
Purpose: To translate and cross-culturally adapt to Brazilian Portuguese four instruments for assessing self-advocacy skills of users of electronic hearing devices: the “I can” Self-Advocacy Checklist and three versions of the Audiology Self-Advocacy Checklist (ELEMENTARY SCHOOL, MIDDLE SCHOOL and HIGH SCHOOL). Methods: The translation process was adapted from the guidelines of Beaton et al. (2000). The prefinal version was pre-tested in two groups. Group 1 (G1) was composed of 14 teachers of adolescents with hearing loss. Group 2 (G2) was composed of 15 adolescent patients with hearing loss, electronic assistive device users, who use oral language as their primary form of communication. Results: The instruments were translated as Checklist de autoadvocacia “Eu consigo” e Checklists de Autoadvocacia em Audiologia - Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II and Ensino Médio. G1 did not report difficulties regarding the terms used in the checklists; however, they reported difficulties completing the student’s progress. The audiologists who used the checklists to interview G2 did not report difficulties regarding the use of the instrument. Therefore, after pre-testing the prefinal version, there was no need to make changes to the instruments, which were then presented as the final version. Conclusion: All Self-Advocacy Checklists were translated and cross-culturally adapted into Brazilian Portuguese and are valid instruments to measure the self-advocacy skills of students with hearing loss in a clinical context.
Keywords
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Submetido em:
05/05/2020
Aceito em:
17/09/2020