CoDAS
https://codas.org.br/article/doi/10.1590/2317-1782/20202020017
CoDAS
Original Article

Fatores associados às queixas vocais autorreferidas por agentes comunitários de saúde

Factors associated with voice complaints in community health agents

Júlia de Almeida Nunes Murta, Mariane Silveira Barbosa, Antônio Prates Caldeira, Mirna Rossi Barbosa-Medeiros, Luiza Augusta Rosa Rossi-Barbosa

Downloads: 3
Views: 872

Resumo

Objetivo: Verificar a prevalência das queixas vocais e a associação com os fatores sociodemográficos, econômicos, ocupacionais e comportamentais entre a população de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Método: Trata-se de um estudo transversal e analítico, realizado no município de Montes Claros, MG, no qual participaram 674 ACS. Para os aspectos sobre o uso da voz foi aplicado o Índice de Triagem de Distúrbio de Voz (ITDV) e os demais dados contemplavam as condições sociodemográficas, econômicas, ocupacionais e comportamentais. Realizou-se a análise bivariada, pelo teste do qui-quadrado de Pearson, e a regressão múltipla de Poisson com variância robusta para verificar a associação entre as variáveis. Resultados: Houve alta prevalência de queixas vocais, sendo as mais citadas: garganta seca, pigarro, cansaço ao falar e rouquidão. Verificou-se associação significativa entre: sexo feminino, falta de sono reparador, uso de bebidas alcóolicas, autoavaliação da saúde regular a muito ruim e ansiedade. Conclusão: Houve uma porcentagem significativa de queixas vocais e os fatores associados encontrados nortearão ações de promoção da saúde vocal e geral.

Palavras-chave

Distúrbios da Voz; Saúde do Trabalhador; Estratégia Saúde da Família; Fatores de Risco; Doenças Profissionais

Abstract

Purpose: To verify the prevalence of vocal complaints and their association with sociodemographic, economic, occupational, and behavioral factors among the population of Community Health Agents (CHA). Methods: This is a cross-sectional and analytical study conducted in the city of Montes Claros, MG, in which 674 CHA participated. Data were collected via a self-administered questionnaire that includes sociodemographic, economic, behavioral, occupational, and voice-use aspects based on the Screening Index for Voice Disorder (SIVD). Bivariate analysis was performed by Pearson’s chi-square test and Poisson multiple regression with robust variance to verify the association between the variables. Results: There was a high prevalence of vocal complaints, the most cited being dry throat, throat clearing, tiredness when talking, and hoarseness. We observed a significant association between female gender, lack of restful sleep, alcohol use, regular to very poor self-rated health, and anxiety. Conclusion: There was a significant percentage of vocal complaints, and the associated factors found will guide actions to promote vocal and general health.

Keywords

Voice Disorders; Occupational Health; Family Health Strategy; Risk Factors; Occupational Diseases

References

1. Andrade MV, Coelho AQ, Xavier Neto M, Carvalho LR, Atun R, Castro MC. Brazil’s Family Health Strategy: factors associated with programme uptake and coverage expansion over 15 years (1998-2012). Health Policy Plan. 2018;33(3):368-80. http://dx.doi.org/10.1093/heapol/czx189 PMid:29346551.

» http://dx.doi.org/10.1093/heapol/czx189

2. Garcia ACP, Lima RCD, Lima EFA, Galavote HS, Andrade MAC. Perfil e o processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde. Rev Fund Care Online [Internet]. 2019 [citado em 2020 Fev 4];11(2):339-44. Disponível em: http://seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/6553

» http://seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/6553

3. Morosini MV, Fonseca AF. Os agentes comunitários na Atenção Primária à Saúde no Brasil: inventário de conquistas e desafios. Saúde Debate. 2018;42(1):261-74. http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042018s117

» http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042018s117

4. Cipriano FG, Ferreira LP, Servilha EA, Marsiglia RM. Relação entre distúrbio de voz e trabalho em um grupo de Agentes Comunitários de Saúde. CoDAS. 2013;25(6):548-56. PMid:24626981.

5. Cipriano FG, Ferreira LP. Queixas de voz em agentes comunitários de saúde: correlação entre problemas gerais de saúde, hábitos de vida e aspectos vocais. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):132-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342011000200005

» http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342011000200005

6. IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: resultados preliminares – Montes Claros. 2018 [citado em 2020 Fev 4]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br

» http://www.ibge.gov.br

7. Ghirardi AC, Ferreira LP, Giannini SPP, Latorre MRDO. Screening index for voice disorder (SIVD): development and validation. J Voice. 2013;27(2):195-200. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.11.004 PMid:23280383.

» http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.11.004

8. Fioravanti-Bastos ACM, Cheniaux E, Landeira-Fernandez J. Development and validation of a short-form version of the Brazilian state-trait anxiety inventory. Psicol Reflex Crit. 2011;24(3):485-94. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722011000300009

» http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722011000300009

9. Cavalli FS, Seben JT, Busato MA, Lutinski JA, Andrioli DC. Controle do vetor Aedes Aegypti e manejo dos pacientes com dengue. Rev Fund Care Online. 2019;11(5):1333-9. http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2019.v11i5.1333-1339

» http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2019.v11i5.1333-1339

10. Santos FSS, Mintem GC, Gigante DP. O agente comunitário de saúde como interlocutor da alimentação complementar em Pelotas, RS, Brasil. Cien Saude Colet. 2019;24(9):3483-94. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018249.23882017

» http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018249.23882017

11. Santos JN, Rodrigues ALV, Silva AFG, Matos EF, Jerônimo NS, Teixeira LC. Percepção de agentes comunitários de saúde sobre os riscos à saúde fonoaudiológica. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(3):333-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000300016

» http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000300016

12. Fonseca RBG. O perfil do Agente Comunitário de Saúde e sua feminização. Enfermagem Brasil. 2019;18(3):430. http://dx.doi.org/10.33233/eb.v18i3.2723

» http://dx.doi.org/10.33233/eb.v18i3.2723

13. Gonçalves GB, Oliveira DA. Saúde vocal e condições de trabalho na percepção dos docentes de educação básica. Rev FAEEBA. 2016;25(46):89-104. http://dx.doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n46.p89-104

» http://dx.doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n46.p89-104

14. Limoeiro FMH, Ferreira AEM, Zambon F, Behlau M. Comparação da ocorrência de sinais e sintomas de alteração vocal e de desconforto no trato vocal em professores de diferentes níveis de ensino. CoDAS. 2019;31(2):e20180115. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018115 PMid:30892420.

» http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018115

15. Bastian RW, Thomas JP. Do talkativeness and vocal loudness correlate with laryngeal pathology? A study of the vocal overdoer/underdoer continuum. J Voice. 2016;30(5):557-62. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.06.012 PMid:26311493.

» http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.06.012

16. Gama ACC, Santos JN, Pedra EFP, Rabelo ATV, Magalhães MC, Las Casas EB. Vocal dose in teachers: correlation with dysphonia / Dose vocal em professores: correlação com a presença de disfonias. CoDAS. 2016;28(2):190-2. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162015156 PMid:27191884.

» http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162015156

17. Putnoki DS, Hara F, Oliveira G, Behlau M. Qualidade de vida em voz: o impacto de uma disfonia de acordo com gênero, idade e uso vocal profissional. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(4):485-90. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000400003

» http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000400003

18. Moreira TC, Gadenz C, Figueiró LR, Capobianco DM, Cunha K, Ferigolo M, et al. Uso de substâncias psicoativas, alterações vocais e qualidade de vida em usuários de drogas lícitas e ilícitas. Rev CEFAC. 2015;17(2):374-84. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620156714

» http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620156714

19. Byeon H, Lee Y. Prevalence and risk factors of benign laryngeal lesions in adult population. Korean Commun Disord. 2010;15:648-56.

20. Byeon H, Lee Y. Laryngeal pathologies in older Korean adults and their association with smoking and alcohol consumption. Laryngoscope. 2013;123(2):429-33. http://dx.doi.org/10.1002/lary.23603 PMid:22991190.

» http://dx.doi.org/10.1002/lary.23603

21. Rossi-Barbosa LA, Barbosa MR, Morais RM, Sousa KF, Silveira MF, Gama AC, et al. Self-reported acute and chronic voice disorders in teachers. J Voice. 2016;30(6):755.e25-33. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.08.003 PMid:26344862.

» http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.08.003

22. Guimarães MASV, Silva MAA. Relação entre sono e voz: percepção de indivíduos adultos disfônicos e não disfônicos. Distúrb Comun. 2007;19(1):93-102.

23. Pinheiro LS, Medeiros TCS, Valença CN, Dantas DKF, Santos MAP. Melhorias para a qualidade de vida e trabalho na visão dos agentes comunitários de saúde. Rev Bras Med Trab. 2019;17(2):180-7. http://dx.doi.org/10.5327/Z1679443520190315 PMid:32270120.

» http://dx.doi.org/10.5327/Z1679443520190315

24. Trajano FMP, Almeida LNA, Araújo RA, Crisóstomo FLS, Almeida AAF. Níveis de ansiedade e impactos na voz: uma revisão de literatura. Distúrb Comum [Internet]. 2016 [citado em 2020 Fev 4];28(3):423-33. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/

» https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/


Submitted date:
02/04/2020

Accepted date:
04/14/2020

60c4e534a953953287168f72 codas Articles

CoDAS

Share this page
Page Sections