CoDAS
https://codas.org.br/article/doi/10.1590/2317-1782/20202019039
CoDAS
Original Article

The knowledge of the Municipal Guard of Curitiba about the Brazilian Sign Language (Libras), deafness and deaf people

O conhecimento da Guarda Municipal de Curitiba a respeito da Língua Brasileira de Sinais (Libras), da surdez e do surdo

Adriano de Souza Pereira; Ana Paula Berberian; Luci Teixeira Iachinski; Tânia Rodrigues Lisboa; Rita Tonocchi; Giselle Massi; Kyrlian Bartira Bortolozzi; Ana Cristina Guarinello

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Abstract

Introduction: In Brazil, there is a considerable number of deaf people, sign language users, who should have access to equal opportunities. However, sign language is unknown by the most Brazilian population, especially those who work in public institutions, and deny the deaf their rights to equality. Therefore, several professionals, among them, the municipal guards, are not prepared for the diversity. Purpose: to investigate the knowledge of the Municipal Guards (MG) from Curitiba about the deaf, Brazilian Sign Language (Libras),and their service practices when they need to interact with deaf citizens. Method: It´s a mixed crosscut study; data were collected by the application of a semi-structured questionnaire answered by 50 municipal guards, with questions on their knowledge about the deaf, the sign language and the service practices conducted by their corporation towards deaf people. Data were analyzed quantitatively and qualitatively by means of Bardin’s Content Analysis. Results: The results demonstrate that participants have a limited knowledge of deafness and Libras. Conclusion: Most members of the Municipal Guard have a view of deaf people and the Brazilian Sign Language based on an organic perspective of deafness, and it was also observed that during their service practices towards deaf people, many of them could not either interact or communicate with them.

Keywords

Sign language; Deafness; Surveys and Questionnaires; Police; Public Policy

Resumo

Introdução: No Brasil, há um número considerável de pessoas com surdez, usuárias de língua de sinais, as quais deveriam ter acesso à igualdade de oportunidades. Apesar disso, a língua de sinais ainda é desconhecida por parte da população brasileira, especialmente os que trabalham em órgãos públicos, negando seus direitos de igualdade. Assim, em geral, vários profissionais, entre esses os guardas municipais, não estão preparados para a diversidade. Objetivo: Investigar o conhecimento dos membros da guarda municipal (GM) de Curitiba a respeito dos surdos, da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e das práticas de atendimento diante da necessidade de interagir com cidadãos surdos. Método: Trata-se de um estudo transversal de natureza mista, cuja coleta de dados se deu por meio da aplicação de um questionário semiestruturado, respondido por 50 policiais da GM, com perguntas a respeito do conhecimento deles sobre os surdos e a língua de sinais e das práticas de atendimento realizadas por membros da corporação com pessoas surdas. Os dados foram tabulados e analisados em percentuais quantitativos e eixos de análise qualitativa, sob a Análise do Conteúdo de Bardin. Resultados: Os resultados demonstram que os participantes possuem conhecimento limitado da surdez e da Libras. Conclusão: A maioria dos integrantes da GM da cidade possui uma visão de surdos e da Língua Brasileira de Sinais baseada em uma perspectiva orgânica da surdez. Além disso, foi possível observar que, durante as práticas de atendimento desses servidores públicos com um cidadão surdo, muitos não conseguiram interagir nem se comunicar.

Palavras-chave

Línguas de sinais; Surdez; Inquéritos e Questionários; Polícia; Política Pública

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Submitted date:
02/19/2019

Accepted date:
09/17/2019

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