Em tempos em que a sociedade está cada vez mais conectada às mídias sociais, é necessário usá-las com uma ferramenta de comunicação e difusão do conhecimento, acessível e veloz. O uso das redes sociais como instrumento para disseminar o conhecimento gerado pela produção científica diminui a distância entre a pesquisa e a prática clínica, permitindo o acesso e o diálogo não somente de determinadas áreas do conhecimento, mas também a outros públicos. A potencial democratização do conhecimento técnicocientífico proporcionada pelo universo digital representou um rompimento de barreiras e, atualmente, uma fonte de agilidade na transmissão de conteúdos da ciência.
Tradicionalmente, a relevância de um periódico é mensurada por um indicador baseado em citações, seja no próprio periódico ou em outro, calculando-se o fator de impacto (FI). Há, no entanto, o reconhecimento do uso de métricas alternativas ou altmetrics (ALTernative article-level metrics), que foram adotadas no início da última década como referência às mensurações alternativas do impacto promovido por determinado produto científico. Obtém-se essa métrica por meio da atividade promovida por um artigo em plataformas digitais, monitorando-o por meio do seu número de identificação digital (DOI) e registrando a atenção direcionada a este nas mídias sociais. Por mensurar uma dimensão distinta de impacto científico, as altmetrics permitem diversidade de alcance além do contexto acadêmico, com maior velocidade e abertura. Além disso, o retorno ao pesquisar sobre o alcance de seu artigo ocorre em menos tempo quando comparado ao cálculo do FI. As altmetrics apresentam papéis e propósitos distintos dos métodos bibliométricos tradicionais, não os substituindo. A sua inclusão deve ser complementar, a fim de diminuir as limitações existentes, e compatível ao contexto atual de difusão do conhecimento em escala global.
Em sua página oficial, a Revista CoDAS apresenta a edição atual e todo o acervo do periódico. Também são divulgados nas contas do Twitter, Facebook e Instagram cujos números de alcance e interação são crescentes. Até o presente momento, foram realizadas 69 publicações referentes a artigos científicos da CoDAS e a divulgação dos mais recentes volumes e números disponibilizados. A rede social Instagram, com conta criada em 2018, apresenta 1.715 seguidores ativos com alcance médio de 1.900 contas e 2.600 impressões por publicação. Esse último índice indica o número de vezes que determinada publicação foi visualizada. A conta do Twitter, também criada em 2018, apresenta 57 seguidores e número médio de 230 impressões por publicação. Criada em 2016, a conta do Facebook apresenta 1.231 seguidores ativos com alcance médio por publicação de 200 contas.
O número de alcance e impressões decorre da interação dos leitores com as publicações, dos compartilhamentos e das hashtags # relacionadas ao tema do artigo. No Instagram, a publicação que promoveu mais visualizações foi a do artigo de Luchesi et al., “Identificação das alterações de deglutição: percepção de pacientes com doenças neurodegenerativas”. Nessa mesma conta, o artigo com mais interações em comentários e curtidas foi “Critérios para decanulação da traqueostomia: revisão de literatura”. Ainda, as publicações referentes à “Apraxia de fala e atraso de linguagem: a complexidade do diagnóstico e tratamento em quadros sintomáticos de crianças” e “Hiperresponsividade auditiva no transtorno do espectro autista, terminologias e mecanismos fisiológicos envolvidos: revisão sistemática” apresentaram números expressivos de visualização. Na conta do Twitter, o maior número de engajamentos foi para a publicação de Casarin et al. denominada “Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação Breve – MAC B: fidedignidade e validade”. No Facebook, os artigos com mais interação foram os de Pereira et al. denominado “Associação entre hábitos orais deletérios e as estruturas e funções do sistema estomatognático: percepção dos responsáveis” e o de Silva et al., “Glendonald Auditory Screening Procedure (GASP): marcadores clínicos de desenvolvimento das habilidades de reconhecimento e compreensão auditiva em crianças usuárias de implante coclear”. Assim como nas redes sociais, outra mídia em que houve aumento de acesso foi a da Revista CoDAS. O artigo mais acessado nessa plataforma foi “Avaliação do Programa de Treinamento para memória de trabalho em idosos”, seguido de “Fadiga vocal em professores disfônicos que procuram atendimento fonoaudiológico” e “Perfil miofuncional orofacial de pacientes com distúrbio do sono: relação com resultado da polissonografia”, todos divulgados também nas redes sociais. Quanto à interação por área da fonoaudiologia, ao analisar as três redes sociais da Revista CoDAS, o artigo que apresentou mais compartilhamentos na área da Voz foi o de Monteiro et al. denominado “Principais fatores que levam os professores de canto popular a buscar ajuda fonoaudiológica”. Para a área da Linguagem, o artigo de destaque foi “Estrutura e coerência da narrativa oral de crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade”. O artigo “Hiper-responsividade auditiva no transtorno do espectro autista, terminologias e mecanismos fisiológicos envolvidos: revisão sistemática” apresentou mais compartilhamentos na área da Audiologia. Para a área da Disfagia, destacou-se o artigo de Freitas e Cardoso intitulado “Sintomas de disfagia em crianças com fissura labial e/ou palatina pré e pós-correção cirúrgica”. O artigo mais compartilhado na área da Motricidade Orofacial foi “Características orofaciais de idosos funcionalmente independentes”. Nas áreas da Saúde Coletiva, Fluência e Gerontologia, os artigos que se destacaram em compartilhamento foram “Avaliação da assistência fonoaudiológica na estratégia de saúde da família pela perspectiva do usuário”, “Comparação da performance de fala em indivíduos gagos e fluentes” e “Avaliação do Programa de Treinamento para memória de trabalho em idosos”, respectivamente.
A repercussão do trabalho da equipe de divulgação da CoDAS realizado até o presente momento permite afirmar que as mídias sociais são eficazes na ampla propagação da produção científica e permitem um diálogo mais próximo e ágil com a comunidade profissional e científica. Esses dados versam quanto a imprescindível continuidade dessa ação, contemplando diferentes temas, áreas, autores e instituições, contribuindo na difusão da ciência de qualidade.