Tutoring effects in the narrative skills of typically developing children
O efeito da tutela na narrativa de crianças em desenvolvimento típico
Heloisa Gonçalves da Silveira; Beatriz Servilha Brocchi; Jacy Perissinoto; Marina Leite Puglisi
Abstract
Purpose: The objectives of this study were 1) To evaluate the tutoring effect on the type of the narrative produced by typically developing children, 2) To compare this effect between children from state and private schools and 3) to relate it with vocabulary, age and school performance. Methods: The sample was composed by 107 children from state and private schools, aged from 4 to 9 years, within typical development. Children’s narratives were prompted by sequences of pictures and scored according to the type of discourse: descriptive, causal or intentional. Children’s narrative performance was compared before and after tutoring, between (state and private school) and within groups. The type of narrative was correlated with vocabulary, age and school performance. Results: Before tutoring, most narratives were classified as descriptive. After tutoring, there was a predominance of intentional narratives. Children from state and private schools showed a similar response pattern with and without tutoring. After tutoring, the type of narrative showed significant correlation with vocabulary and academic performance. Conclusion: Tutoring improved the quality of children’s narratives and this effect correlated with the vocabulary.
Keywords
Resumo
Objetivo: Os objetivos deste estudo foram: 1) avaliar o efeito da tutela no tipo de narrativa produzida por crianças em desenvolvimento típico, 2) compará-lo entre crianças de ensino público e privado, e 3) relacioná-lo com o vocabulário, faixa etária e desempenho escolar. Método: A amostra foi constituída por 107 crianças de escolas pública e particular, de 4 a 9 anos, em desenvolvimento típico. As narrativas das crianças foram eliciadas a partir de sequências de figuras, e pontuadas de acordo com o tipo de discurso: descritivo, causal ou intencional. O desempenho narrativo foi comparado antes e após a tutela, intra e entre grupos (escola pública e particular). O tipo de narrativa foi correlacionado ao vocabulário, idade e desempenho escolar. Resultados: Antes da tutela, a maioria das narrativas das crianças foi classificada como descritiva. Após a tutela, houve predominância de narrativas do tipo intencional. As crianças de escola pública e particular apresentaram desempenho semelhante quando comparado o tipo de narrativa utilizada sem e com tutela. Após a tutela, o tipo de narrativa apresentou correlação significante com o vocabulário e com o desempenho escolar das crianças. Conclusão: A tutela é promotora da qualidade da narrativa produzida pelas crianças e este efeito apresentou correlação com o vocabulário
Palavras-chave
Referencias
1. Miilher LP, Ávila CR. Variáveis lingüísticas e de narrativas no distúrbio de linguagem oral e escrita. Pro Fono. 2006;18(2):177-88. http://dx.doi. org/10.1590/S0104-56872006000200007. PMid:16927623.
2. Melo LE. Produção de narrativa oral infantil e memória construtiva a partir da leitura de imagens. Calidoscopio. 2008;6(1):20-7.
3. Melo LE. Competências pragmáticas e lingüísticas na criança: relato de uma experiência. Estudos Lingüísticos. 2006;35:1107-12.
4. Menyuk P. Aquisição e desenvolvimento de linguagem. São Paulo: Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais; 1975.
5. Hage SRV, Resegue MM, Viveiros DCS, Pacheco EF. Análise do perfil das habilidades pragmáticas em crianças pequenas normais. Revista Pró-Fono. 2007;19(1):49-58. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872007000100006.
6. Peterson C, Jesso B, McCabe A. Encouraging narratives in preschoolers: an intervention study. J Child Lang. 1999;26(1):49-67. http://dx.doi. org/10.1017/S0305000998003651. PMid:10217889.
7. Hage SRV, Pereira MB. Desempenho de crianças com desenvolvimento típico de linguagem em prova de vocabulário expressivo. Rev CEFAC. 2006;8(4):419-28. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462006000400003.
8. Mandrá PP. Processos argumentativos durante a aquisição da linguagem. In: VII Jornada de Fonoaudiologia; 2006; Ribeirão Preto. Anais. Ribeirão Preto: USP; 2006.
9. Smith VH, Sperb TM. The construction of the narrator subject: discoursive thought in the personalist stage. Psicol Estud. 2007;12(3):553-62. http:// dx.doi.org/10.1590/S1413-73722007000300012.
10. Dadalto EV, Goldfeld M. Características comuns à narrativa oral de crianças na pré-alfabetização. Rev CEFAC. 2009;11(1):42-9. http://dx.doi. org/10.1590/S1516-18462009005000013.
11. Wellman HM. From desires to belief: acquisition of theory of mind. In: Whiten A, organizator. Natural theories of mind. Oxford: Blackwell; 1991. p. 19-38.
12. Scopel RR, Souza VC, Lemos SM. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. CEFAC. 2012;14(4):732-41. http://dx.doi.org/10.1590/S1516- 18462011005000139.
13. Goncalves TS, Neves TAP, Nicolielo AP, Crenitte PAP, Lopes-Herrera SA. Habilidades de consciência fonológica em crianças de escolas pública e particular durante o processo de alfabetização. Audiol Commun Res. 2013;18(2):78-84. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312013000200005.
14. Gillam SL, Olszewski A, Squires K, Wolfe K, Slocum T, Gillam RB. Improving narrative production in children with language disorders: an early-stage efficacy study of a narrative intervention program. Lang Speech Hear Serv Sch. 2018;49(2):197-212. http://dx.doi.org/10.1044/2017_LSHSS-17-0047. PMid:29621800.
15. Puglisi ML, Befi-Lopes DM. Impacto do distúrbio específico de linguagem e do tipo de escola nos diferentes subsistemas da linguagem. CoDAS. 2016;28(4):388-94. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162015242. PMid:27652925.
16. Gillam S, Olszewski A, Fargo J, Gillam R. Classroom-based narrative and vocabulary instruction: results of an earlystage, nonrandomized comparison study. Lang Speech Hear Serv Sch. 2014;45(3):127-36. http://dx.doi. org/10.1044/2014_LSHSS-13-0008.
17. Ferreira FR, Tabaquim MLM. Habilidades cognitivas de escolares do ensino público e privado: estudo comparativo de pré-competências para a aprendizagem acadêmica. Rev Psicopedagogia. 2017;34(104):126-36.
18. Ebert KD, Mikolajczyk EV. Narrative quality measures in school-age children referred for language assessment. Int J Speech Lang Pathol. 2016;18(4):354-63. http://dx.doi.org/10.3109/17549507.2015.1101158. PMid:27063677.
19. Baron-Cohen S, Leslie AM, Frith U. Mechanical, behavioral and intentional understanding of picture stories in autistic children. Br J Dev Psychol. 1986;4(2):113-25. http://dx.doi.org/10.1111/j.2044-835X.1986.tb01003.x.
20. Furnari E. Esconde-esconde. 4. ed. São Paulo: Ática; 1988. A pedra no caminho; p. 2-3.
21. Mata FG, Silva JB, Haase VG. Narrativas: abordagens cognitivas e neuropsicológicas da análise da produção e compreensão. Mosaico. 2007;1(1):51-9.
22. Seabra AG, Dias NM. Avaliação neuropsicológica cognitiva: linguagem oral. 2. ed. São Paulo: Memnon; 2012.
23. Verzolla BLP, Isotani SN, Perissinoto J. Análise da narrativa oral de préescolares antes e após estimulação de linguagem. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;24(1):62-8. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912012000100011. PMid:22460374.
24. Rodrigues MC, Oliveira PA. Análise de livros infantis para a promoção de desenvolvimento sociocognitivo em pré-escolares. Estud Psicol. 2009;26(2):185-94.
25. Perroni MCO. Desenvolvimento do discurso narrativo. São Paulo: Martins Fontes; 1992.
26. IDEB: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira [Internet]. Brasília: IDEB; 2016 [citado 2017 Jan 10]. Disponível em: http://idebescola.inep.gov.br/ideb/escola/ dadosEscola/35091030
27. Perissinoto J. Efeitos de conduta do diálogo, posições do adulto e modalidades da tutela. In: Melo LE, organizador. Compreensão e produção na criança. São Paulo: Associação Editorial Humanitas; 2005. p.115-75.
Submitted date:
15/03/2018
Accepted date:
27/08/2018